A brincadeira é a melhor forma de fazer as crianças aprenderem. Brincar não é simplesmente um passatempo, mas um exercício fundamental que determinará o êxito das diversas etapas do desenvolvimento e da aprendizagem. No Lá em Casa de 8/2/2011, recebemos a pedagoga do Núcleo de Cultura, Estudos e Pesquisas do Brincar e da Educação Infantil da PUC/SP, a professora Edilene Modesto de Souza.
Saiba mais sobre o trabalho incrível desenvolvido pela professora Edilene e outros professores da PUC, ou assista a entrevista no site da allTV: www.alltv.com.br
- As pessoas desvalorizam o brinquedo, mas a criança aprende nas interações, com o corpo inteiro.
- Bebês têm predisposição para aprender, são grandes exploradores e utilizam-se dos cinco sentidos para aproveitar cada experiência.
- Brincar não é inato, a criança aprende. Não adianta ter um monte de brinquedos e não ter quem interatue com ela.
- Não encha o berço de objetos. A criança consegue prestar atenção em, no máximo, três itens de cada vez.
- Fale devagar, olhe nos olhos, explore expressões faciais, acaricie. Permita que seu filho toque seu rosto e suas mãos.
- Os brinquedos de hoje exploram muito o contraste entre preto e branco, bastante eficaz para despertar a atenção dos pequenos.
- Para os bebês, escolha artigos com alças (para melhor manuseio), sons e texturas diversos. A atividade física está diretamente ligada à ação mental.
Para todas as idades
Até os três meses: A criança brinca com o próprio corpo (enrola o cabelo, põe o dedo na boca), é capaz de agarrar objetos, brinca com o corpo da mãe.
Por volta dos seis meses: O bebê senta e, deitado, consegue mudar de posição. São indicados brinquedos para berço e banho e livros com páginas emborrachadas.
De oito a 10 meses: A criança engatinha até ficar em pé, começa a falar e imita o que a mãe faz. A primeira forma de brincar é imitar. São interessantes bolas e brinquedos para encaixar.
De 11 a 15 meses: Aprende a caminhar e pronuncia palavras simples. Construir torres é uma atividade atraente para ela. Disponibilize brinquedos de encaixar e objetos para puxar, como carrinhos para guiar com um barbante.
Aos 18 meses: É muito importante a interação entre o cuidador e a criança. Nesta etapa, as brincadeiras têm mais valor biológico e psicomotor do que afetivo e social. Primeiro a criança brinca sozinha, para depois se integrar às demais.
Brinquedos Que Educam Xadrez (a partir dos 10 anos): O xadrez trabalha a concentração, o raciocínio lógico, a resolução de problemas, o desenvolvimento e o respeito às regras e a socialização.
Blocos de montar (a partir dos 3 anos): Favorecem a concentração, a coordenação motora, a interação, a descoberta, a fala e até mesmo o desenvolvimento das regras.
Damas (a partir dos 8 anos): Um dos jogos de tabuleiros mais populares do mundo, o jogo de damas desenvolve noções de estratégia, estimula a concentração, o desenvolvimento de regras e respeito ao oponente, trabalha-se o raciocínio lógico, a solução de problemas e a linguagem oral.
Ioiô (a partir dos 6 anos): O brinquedo desenvolve concentração, coordenação motora e até criatividade - dependendo dos malabarismos que as crianças criarem.
Pião (a partir dos 7 anos): Trabalha a concentração, coordenação motora, respeito às regras, experimentação, descoberta, socialização.
Cinco marias ou jogo das pedrinhas (a partir dos 4 anos): Concentração, coordenação motora, criação e respeito às regras, linguagem, socialização, raciocínio lógico e possibilidade de experimentação.
Bonecos (qualquer idade): Brincar com representações humanas ajuda no estabelecimento de noções fundamentais para a vida em sociedade. Os bonecos permitem que as crianças representem papéis sociais, lidem com a possibilidade de erro, façam descobertas e desenvolvam a linguagem.
Carrinhos (seis meses de idade): Assim como os bonecos, as representações de automóveis ajudam as crianças a assimilarem regras sociais. Miniaturas de automóveis estimulam a representação do mundo técnico e social, a representação de papéis e de regras e desenvolvem a linguagem nas crianças.
Instrumentos musicais (desde recém-nascido): Crianças costumam ficar fascinadas com música. Colocá-las em contato com instrumentos desde cedo desenvolve não só habilidades musicais, mas também a concentração, a audição e a criatividade.
Dez razões para deixar a criança brincar, por Maria Angela Barbato Carneiro
Brincando a criança explora o mundo à sua volta estimulando seus sentidos, experimentando e descobrindo;
Brincando a criança viaja no mundo imaginário da fantasia, realizando ações e desejos que de outra forma não seria possível;
Brincando a criança pode errar e aprender com seus erros, discernindo o que é certo e errado;
Brincando a criança descobre coisas interessantes permitindo que esse conhecimento se torne significativo;
Brincando a criança aprende regras e com elas seus limites e possibilidades;
Brincando a criança desempenha papéis sociais, soluciona problemas, porque a atividade é uma ponte para a realidade;
Brincando a criança aprende a competir e cooperar e que, quando perde, o mundo não se acaba;
Brincando a criança aprende a se relacionar e desenvolve diferentes linguagens como formas de comunicação e expressão;
Brincando a criança constrói seu conhecimento e se torna autônoma; e,
Brincando a criança se diverte e, principalmente, aprende a ser mais humana.
Nenhum comentário:
Postar um comentário